quinta-feira, 5 de março de 2009

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Santo Estanislau, Bispo e Mártir

Polonês de origem, nasceu Estanislau em Sczepenow, de pais piedosos e ricos, que consideravam o primogênito como um presente do Céu, visto que o matrimônio tinha ficado sem filhos, durante trinta anos. Estanislau recebeu uma educação primorosa, graça esta que retribuiu com um procedimento exemplaríssimo, dando, criança ainda, provas indubitáveis de futura santidade. Amor à oração, delicadeza de consciência e uma grande compaixão pelos pobres, eram-lhe os traços característicos da alma juvenil.
Para completar os estudos, os pais mandaram-no para Paris. Passados uns anos, na volta para Polônia, não encontrou mais os pais em vida. Tomou a resolução de realizar um plano, havia muito por ele acariciado: de entrar para o convento. Com este intuito, fez distribuição de seus bens entre os pobres. O Arcebispo de Cracóvia Lamberto, porém, conhecendo o grande talento de Estanislau e julgando-lhe utilíssima a cooperação na diocese, ofereceu-lhe o título de cônego. Neste encargo trabalhou até à morte do santo bispo, quando foi eleito sucessor do mesmo.
Nesta nova posição tinha a preocupação única de cumprir bem o dever, dirigir bem a arquidiocese, ganhar almas para o céu e santificar a sua própria alma. A caridade quase excessiva que tinha para com os pobres e necessitados, a dedicação sem limites ao clero e fiéis, a vida austera e modelar, fizeram com que em toda a arquidiocese fosse conhecido como o "Santo Bispo".
Rei da Polônia era Boleslau II, monarca tirânico e devasso, odiado pela nação. Não havia, porém, quem tivesse tido a coragem de abrir-lhe os olhos. Estanislau teve esta franqueza apostólica. Em audiência, que obteve de Boleslau, com todo o respeito e muita clareza, chamou a atenção do rei para os escândalos que o mesmo dava, e pediu-lhe que por amor de Deus, salvasse a sua alma. Boleslau prometeu emendar-se; continuou, porém, com a vida escandalosa de antes. Quando a desfaçatez lhe chegou ao ponto de raptar a mulher de um fidalgo e desonrá-la, Estanislau, qual outro São João Batista, disse-lhe: "Não te é lícito ter a mulher de teu próximo". Estas palavras fizeram amadurecer no coração do rei o plano de livrar-se do censor importuno. Um fidalgo tinha com consentimento do rei, vendido ao Arcebispo um terreno e recebido a importância da venda. Três anos o Arcebispo tinha estado de posse tranqüila da propriedade, legitimamente adquirida. Boleslau instigou os herdeiros do falecido fidalgo, antigo proprietário do terreno em questão, a processar o Arcebispo por ter-se apossado indevidamente daquela propriedade e prometeu-lhes apoio incondicional naquela demanda. Os herdeiros fizeram intimação ao Arcebispo para que restituísse a propriedade ou fizesse o pagamento da mesma. Estanislau, por sua vez, protestou contra a injusta acusação, e citou em seu favor testemunhas. Estas, porém, nada depuseram, porque o rei lhes tinha proibido testemunhar. "Pois bem, disse o Arcebispo ao rei e aos seus conselheiros - se minhas testemunhas não querem ou não podem falar, daqui a três dias hei de apresentar-lhes uma, a quem deverão dar crédito, o vendedor mesmo". O rei riu-se desta ameaça, porque o antigo proprietário tinha morrido havia dois anos; no entanto, aceitou o desafio do Arcebispo. Estanislau passou três dias em oração e jejum. No terceiro dia, logo após a Missa, revestido de vestes episcopais, se dirigiu à sepultura do falecido proprietário, de nome Pedro, mandou que se retirasse a terra e exclamou em alta voz: "Pedro, em nome da Santíssima Trindade, ordeno-te que te levantes e dês testemunho da verdade!" E eis que, na presença de muito povo, o morto se levanta e acompanha o santo bispo, até a presença do rei e do conselho. Estanislau apresentou-o e disse: "Aqui está a testemunha, que prometi trazer à vossa presença. Ela vos dirá a verdade. "Pedro levantou a voz e disse bem alto e claro: "Sim, senhores. Vendi ao Arcebispo meu terreno livremente e recebi a paga à vista. Meus herdeiros não têm razão". Dito isto, Pedro voltou à sepultura, para continuar o sono eterno. O Arcebispo, bem contra a vontade do rei, foi absolvido e teve sossego por algum tempo.
Boleslau, por seu turno, continuou a vida desregrada até que os grandes do país, cansados de ver o triste exemplo do rei, se dirigiram ao Arcebispo, com o pedido de apresentar ao monarca seus protestos e, em seu nome, exigir-lhe emenda de vida. Estanislau prometeu-lhes procurar o rei e para isto se preparou pela oração e jejum, durante alguns dias. Assim se apresentou novamente ao rei, falou-lhe do grande perigo que corria, de perder a alma, da condenação eterna, certa e inevitável, caso não se quisesse converter a Deus. Vendo, porém, que tudo era debalde, e o rei recebia as admoestações com mofa e escárnio, ameaçou-o com a excomunhão. De fato, excomungou-o, porque o proceder de Boleslau, em vez de melhorar, se tornava dia a dia mais escandaloso.
O tirano resolveu então sem mais outros preâmbulos a morte do Arcebispo. Destacou para este fim um grupo de homens que deviam assassinar o Arcebispo na hora da Santa Missa. Efetivamente os algozes entraram na capela arquiepiscopal, com a intenção de cumprir a ordem régia. Tomados, porém, de um pânico inexplicável, fugiram do santo lugar e declararam ao rei ser-lhes impossível levar efeito a ordem por ele dada.
Boleslau mandou outros homens e assim por três vezes seguidas, sem que conseguissem dar cumprimento à tarefa. Que acontece? O rei, possesso de ódio, ele mesmo se dirige a capela do Arcebispo, sequioso do sangue de sua vítima. Estanislau estava a celebrar o santo sacrifício da Missa, quando Boleslau entrou e com um golpe terrível de espada, feriu a cabeça do santo Arcebispo, o qual morreu instantaneamente. O tirano, não satisfeito com a obra, ordenou que o corpo da vítima fosse arrastado para fora e cortado em pedaços, a fim de que servisse de pasto aos corvos. A Divina Providência, porém, dispôs contra a vontade do carrasco. Apareceram quatro águias, que se puseram de sentinela e guarda do corpo despedaçado do mártir, até que alguns homens tivessem a coragem de juntar as relíquias para dar-lhes honesta sepultura. Deu-se ainda outro milagre. No momento em que os membros do corpo mutilado foram conjuntados, uniram-se perfeitamente, de modo que apareceu o corpo intacto do santo mártir. Este foi sepultado na Igreja de São Miguel, em Cracóvia, onde ficou dez anos. Agora descansa na Catedral de Cracóvia. O martírio de Santo Estanislau deu-se no ano de 1079.
REFLEXÕES:
Santo Estanislau procurou salvar o rei da perdição eterna. Baldados foram-lhe os esforços, apesar de ter muitas vezes apontado para a condenação eterna, que infalivelmente seria a sorte do impenitente. Boleslau é o tipo do pecador que despreza os avisos de Deus e se entrega ao vício, sem temor e relutância. O ímpio chega ao ponto de não mais ligar importância ao pecado. "O coração endurece-lhe (Jó 41, 15-15) como a bigorna do ferreiro". "Será oprimido de males sem fim". (Esd 3, 27) diz o Espírito Santo. Quem estiver em pecado, trate de sair deste triste e perigoso estado. Peça a Deus que lhe dê a reta compreensão e a graça de livrar-se das cadeias, que o levam para o inferno.
* * * * * * * * *
Referência bibliográfica: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.

Santo Agostinho Bispo de Hipona e Doutor da Igreja

Nasceu em 13 de novembro de 354 em Tagaste, ao norte da África. O pai de Agostinho. Patrício, era um pagão de temperamento violento; mas, graças ao exemplo da Mônica, sua esposa, batizou-se pouco antes de morrer.
Embora Agostinho tenha ingressado ao catecumenato desde a infância, não recebeu o batismo, de acordo com os costumes da época. Em sua juventude se deixou arrastar pelos maus exemplos e, até os 32 anos, levou uma vida licenciosa, obstinado à heresia maniqueísta. Disso fala em suas “Confissões”, que compreendem a descrição de sua conversão e a morte de Mônica, sua mãe.
Dita obra foi escrita para mostrar a misericórdia de Deus para um grande pecador, que por esta graça, chegou a ser também, e em maior medida, um grande santo. Mônica tinha ensinado a orar a seu filho desde menino, e lhe tinha instruído na fé, de modo que o próprio Agostinho que caiu gravemente doente pediu que fosse conferido o batismo e Mônica fez todos os preparativos para que os recebesse; mas a saúde do jovem melhorou e o batismo foi diferido. O santo condenou mais tarde, com muita razão, o costume de diferir o batismo por medo de pecar depois de havê-lo recebido.
Com o saque de Roma pelo Alarico, no ano 410, os pagãos renovaram seus ataques contra o cristianismo, lhe atribuindo todas as calamidades do Império. Para responder a esses ataques, Santo Agostinho escreveu sua grande obra "A Cidade de Deus". Esta obra, é depois de "As Confissões", a obra mais conhecida do santo. Ela é não só uma resposta aos pagãos, mas também trata toda uma filosofia da história providencial do mundo. Logo depois de "As Confissões" escreveu também "As Retratações", onde expôs com a mesma sinceridade os enganos que tinha cometido em seus julgamentos.
Morreu em 28 de agosto de 430, aos 72 anos de idade, dos quais tinha passado quase 40 consagrado ao serviço de Deus.
Fonte: Aci Digital

Santa Teresinha e a Eucaristia

Ir. Maria Angélica de Jesus Hóstia, OCD
Monja Carmelita Descalça - Recife- PE
“Ah! Como foi doce o primeiro beijo de Jesus à minha alma”...
Assim Teresa narra o “belo dia entre os dias”, sua primeira comunhão. O beijo místico de Jesus...
Ela continua: “Foi um beijo de amor, sentia-me amada e dizia também amo-vos, dou-me a Vós para sempre...

Momento profundo, marcante para seu coração de criança que se sente inundado pela presença de Jesus.

“Naquele dia não era mais um olhar, mas uma fusão, não eram mais dois, Teresa havia sumido como gota d’água que se perde no oceano”...

Seu coração desejava ardentemente receber Jesus e ainda sem idade para a recepção deste Sacramento ela ansiava por ele. Vendo sua irmã Celina, quatro anos mais velha, se preparar para o receber escutava atentamente as instruções dadas a ela pela sua irmã Paulina. “Uma noite- conta-nos teresa – vos ouvi dizer que, a partir da primeira comunhão era preciso começar uma vida nova. Resolvi logo que eu não esperaria, começaria ao mesmo tempo que Celina”...

Pois para Teresa, receber Jesus é estabelecer com Ele relação de amor, de entrega e de confiança.

Nas procissões do Santíssimo Sacramento gostava de jogar flores sob os passos de Jesus...“lançava-as o mais alto que podia e não ficava muito feliz senão quando via minhas rosas desfolhadas tocarem o Ostensório sagrado”...

O simbolismo da rosa que se desfolha é para Teresa um tema muito caro, mais tarde, consumida pelo amor e em sua enfermidade ela escreve a poesia “Rosa desfolhada”. Num ato de puro amor a rosa- Teresinha- se desfolha aos pés de Jesus menino para somente causar-lhe prazer...

“ Por Ti devo morrer, beleza eterna e viva
que sorte de ouro!
Desfolhando-me dou prova definitiva
Que és o meu tesouro!...
O gesto da criança que se encanta ao desfolhar suas flores a Jesus Hóstia, agora se concretiza na Carmelita que se consome e morre por amor ao seu Deus, qual rosa desfolhada, “simplesmente de vento ao léu”...

A Santa Missa marca os grandes momentos de sua vida:
Sua conversão se deu após a Santa Missa.

“Foi em 25 de Dezembro de 1886 que recebi a graça de sair da infância, em suma, a graça de minha completa conversão. Estávamos voltando da Missa do galo, em que tinha tido a felicidade de receber o Deus forte e poderoso”...

Acontecimento que muda radicalmente sua vida. ”Teresa não era mais a mesma, Jesus havia mudado seu coração”.

Em uma carta a seu irmão espiritual Padre Roulland ela diz:

“Ele me transformou de tal maneira que eu não me reconhecia mais a mim mesma”...

Teresa sente-se totalmente transformada, seu espírito se desenvolveu, começa então um novo período de sua vida o que ela mesma chama o mais bonito de todos. Deus em pouco tempo a faz sair da infância- excessiva sensibilidade que vivia qual circulo apertado no qual girava sem encontrar saída.
Durante a Santa missa teve a inspiração de oferecer-se ao amor misericordioso de Deus.
Foi no dia 9 de Junho de 1895 que durante o Santo Sacrifício da Missa Teresa se oferece ao amor misericordioso de Deus. Espontaneamente, sem formulas e poucas palavras.

Irmã Genoveva, sua irmã Celina, dá detalhes desse momento inesquecível:

“Saindo dessa Missa, ela me puxou atrás de si, à procura de Nossa Madre; parecia estar como que fora de si mesma e não falava comigo. Enfim, ao encontrar Nossa Madre Inês de Jesus pediu-lhe permissão para se oferecer comigo, como vítima, ao Amor Misericordioso”...

Este ato de oferecimento consiste na entrega total, confiante e amorosa ao Amor Misericordioso de Deus, a pessoa se reconhece pequena, “de mãos vazias” e num ato de perfeito amor se oferece a si mesma como oferenda ao Infinito Amor de Deus, para que Ele a invada com torrentes de Misericórdia.

Não podendo, segundo o costume comungar todos os dias, em seu ato de oferecimento ela pede a “tomada de posse Àquele que transforma o pão em seu Corpo com o fim de transformar o comungante nEle mesmo” (1)

“Não posso receber a Santa comunhão com a freqüência que desejo, mas, Senhor, não sois Todo- poderoso?... permanecei em mim, como no Tabernáculo, não vos afasteis jamais de vossa pequena hóstia”...

“Vá sem receio receber o Jesus da paz e do amor”...

1889, Teresa ainda noviça, escreve com maestria uma verdadeira direção espiritual. Voa além das idéias do seu tempo e orienta à comunhão freqüente, “Ele está no Sacrário para Ti, só para ti”...

Maria Guérin, sua prima, futura Carmelita, Irmã Maria da Eucaristia, atravessava uma dura provação, seu coração se sentia oprimido pelos escrúpulos, pois não se sentia digna de se aproximar da mesa Eucarística. Estava em viagem a Paris, onde sentia-se importunada e invadida pelos prazeres humanos, todo o seu ser de jovem se rebelava e ela sentia-se angustiada. Eis um trecho da carta que enviou a Teresa:

“Mais uma vez venho atormentar-te e sei por antecipação que não vais ficar contente comigo, mas o que queres, sofro tanto e me sinto melhor quando derramo todas as minhas tristezas no teu coração. Paris não é feita para curar os escrúpulos, não sei para onde olhar; se desvio de uma nudez, encontro outra e assim vai o dia inteiro, é para morrer de tristeza; parece-me que é por curiosidade, preciso olhar tudo. Não sei se vais me compreender, tenho tantas coisas na minha pobre cabeça que não sei como organizá-las. O demônio não deixa de trazer à minha lembrança todas as coisas que vi durante o dia, o que constitui outro motivo de tormento. Como queres que comungue amanhã e Sexta-feira?; não posso. É a maior provação”...

Teresinha responde:

“Fizeste bem em me escrever, entendi tudo...tudo, tudo, tudo!...

tu não fizeste sombra do mal, sei muito bem o que são essas espécies de tentações que te posso assegurar sem temor, por outra parte, Jesus mo disse no fundo do coração... É preciso desprezar todas essas tentações, não lhes prestes nenhuma atenção.

Queres que te confie uma coisa que me deixou muito penalizada?...

É que minha Mariazinha deixou as suas comunhões...Oh! como isso entristeceu a Jesus!

É preciso que o demônio seja muito esperto para enganar assim uma alma!... mas não sabes, minha querida, que esse é todo o objetivo dos seus desejos...

Já é muito para ele colocar inquietação nessa alma, mas para a sua raiva, é necessário outra coisas: ele quer privar Jesus de um Sacrário amado, não podendo penetrar nesse santuário, quer que pelo menos ele fique vazio e sem dono!... Ai! Que será desse pobre coração?... Quando o demônio conseguiu afastar uma alma da Sagrada comunhão, ganhou tudo... E Jesus chora!....

Mas ouço-te dizer: Teresa diz isso porque ela não sabe... ela não sabe que o faço bem de propósito... isso me diverte... e depois não posso comungar, pois penso que cometeria um sacrilégio, etc. etc. etc... Sim, tua pobre Teresinha sabe muito bem, digo-te que ela adivinhou tudo, assegura-te que tu podes ir sem receio receber teu único amigo verdadeiro... Ela também passou pelo martírio dos escrúpulos, mas Jesus deu-lhe a graça de comungar assim mesmo, embora pensasse Ter cometido grandes pecados... asseguro-te que ela se deu conta que era o único meio de livrar-se do demônio, pois quando vê que perde o tempo ele nos deixa em paz!...
O que ofende Jesus é a falta de confiança.”

Sabendo por experiência que Jesus é o único que pode nos curar e nos livrar de todos os males que nos afligem, Teresa exorta sua prima a confiar cegamente em sua misericórdia. “Comunga -diz ela- comunga, irmãzinha querida, com freqüência, muitas vezes... Eis o único remédio se queres sarar...

“Entrei no Carmelo para rezar pelos Sacerdotes”...

Santa Teresinha, sempre teve grande respeito pelos Sacerdotes, sua formação profundamente cristã a fez sempre ver a alta dignidade que eles possuem. Porém, a concepção que fazia deles era um tanto ingênua e em sua viagem a Roma teve a oportunidade de conviver com cerca de setenta e cinco Sacerdotes e concebeu uma nova impressão dos Padres. Assim se expressa:

“Durante um mês, vivi com muitos Padres santos e vi que, se sua sublime dignidade os eleva acima dos anjos, eles não são menos homens fracos e frágeis”.

Assim descobriu a necessidade de rezar pelos Sacerdotes e compreendeu sua vocação de Carmelita que tem por finalidade rezar pelas almas Sacerdotais.

Antes da profissão de seus votos, ela declara em seu exame canônico:

“Vim ao Carmelo para salvar as almas e, sobretudo, a fim de rezar pelos Padres”.

Numa carta a Celina, escreve:

“Convertamos as almas, é preciso que este ano façamos muitos sacerdotes que saibam amar Jesus!... Que o toquem com a mesma delicadeza com que Maria o tocava no seu berço”.

Tinha muita vontade de Ter um irmão Padre mas seus irmãozinhos faleceram ainda bebês.

Mas o Bom Deus, como costumava ela dizer, não lhe dava desejos irrealizáveis e no Carmelo a fez irmã espiritual de dois Sacerdotes por quem se ofereceu e se sacrificou até o fim de sua vida.

Visitas ao Santíssimo Sacramento
Ir. Genoveva, depôs no processo ordinário que a visita ao Santíssimo Sacramento sempre fizera suas delícias. Criança, todas as tardes fazia com seu Pai, Luiz Martin, visitas a Jesus Hóstia.

No Carmelo passou muitas horas aos pés de Jesus Sacramentado e numa de suas poesias escreve:

“Quero fixar minha morada nas sombras do santuário com o prisioneiro do amor! Ah! Para a Hóstia minha alma aspira. Eu a amo e não quero mais nada. É o Deus escondido que me fascina ”...

Sua última visita ao Santíssimo foi verdadeira despedida. Conta-nos Madre Inês:

“Ela foi pela última vez, visitar o Santíssimo Sacramento no oratório à tarde, mas estava no fim de suas forças. Eu a vi olhar a Hóstia durante muito tempo e eu percebia que era sem nenhuma consolação, mas com muita paz”...

“Vem ao Meu coração Hóstia Branca que amo”...
Na festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo, 16 de Julho, Teresa recebe a Comunhão Eucarística na enfermaria. Maria da Eucaristia, sua prima, Com voz alta e bela canta a estrofe que Teresa tinha composto para este momento.

“Tu que conheces minha extrema pequenez
que não receias nunca abaixar-te até mim,
vem a meu coração, Hóstia branca que amo,
vem a meu coração que anseia só por ti!
Desejo demais que tua bondade me faça
Morrer de amor após este favor.
Escuta, meu Jesus, meu grito de ternura:
Vem ao meu coração”.

Na carta que escreve para seus tios ela comenta sobre este dia:

“Quando Jesus estava no meu coração, Ir. Maria da Eucaristia cantou a estrofe da poesia viver de amor. Não posso dizer-vos como sua voz era alta e bela; prometera-me não chorar para agradar-me; minhas esperanças foram muito ultrapassadas. O bom Jesus deve Ter entendido perfeitamente o que espero Dele e era exatamente o que eu queria!

“Morrer de amor, eis minha esperança!
Quando verei romperem-se todos os meus vínculos,
Só meu Deus há de ser a grande recompensa
E não quero possuir outros bens,
Abrasando-me toda em seu amor,
A Ele quero unir-me e vê-lo:
Eis meu destino, eis meu céu:
Viver de amor !!!...


Última Comunhão
Mesmo amando tanto a Santa Eucaristia foi privada de comungar nos últimos momentos de sua vida. Sua última comunhão, 19 de Agosto de 1897 foi um momento de dor e aniquilamento. Teresa chora copiosamente percebendo que já não pode mais receber o seu Deus, sacrifício que lhe oferece como última prova de seu amor.

Madre Inês, em suas anotações fornece precioso relato deste dia, verdadeiro martírio de amor.

“A comunhão, que ela outrora tanto desejava, tornou-se motivo de tormento durante a doença.
Temia acidentes e gostaria que nós lhe disséssemos que não a fizesse, por causa dos vômitos, da falta de ar e da fraqueza. Não queria assumir essa responsabilidade sozinha mas, como não dizia nada, acreditávamos estar sendo agradáveis, insistindo para que fizesse a comunhão. Continuava calada, mas aquele dia, não agüentando mais, debulhou-se em lágrimas.

Não sabíamos a que atribuir aquela tristeza e suplicamos que nos dissesse. Mas a falta de ar produzida pelos soluços era tão violenta, que não somente não pode responder como também nos fez sinal de não lhe dirigir mais uma única palavra e nem mesmo olhá-la.

Não recebeu mais a Santa Comunhão até a morte. Sua última comunhão foi oferecida pela conversão de Jacinto Layson, ex Carmelita que abandonou o Sacerdócio e a Igreja tornando-se herege. Ocupara dessa conversão por toda a vida”.

Dizia ainda a pequena grande Santa, indo além de sua dor e dando um sentido profundíssimo ao seu sofrimento, num abandono total à vontade de Deus, que se se tornasse impossível receber os sacramentos, ela não se revoltaria, pois “Tudo é Graça”.

“Sem dúvida é uma grande graça receber os sacramento mas quando o Bom Deus não os permite, está bem do mesmo jeito”...

“Para ganhar uma Comunhão isto não é sofrer demais!”...

O coração de Teresinha se alargava ao contato com o coração do Senhor Jesus.

Viveu profundamente os sagrados mistérios. Assimilou a tão ponto a presença do seu Deus que já não era mais ela quem vivia era Cristo quem vivia nela. Teresa foi uma hóstia viva no altar da dor e da imolação. O Senhor a transformou, a consumiu em seu infinito amor.

Junto com ela neste ano Eucarístico testemunhemos nosso amor e nossa adoração a Jesus Hóstia. Ele que é o nosso Deus e nosso Senhor, nosso Tudo e nosso amor.
“Fixando-se junto à Hóstia,
em seu sacrário de amor;
assim passa sua vida
à espera do último dia,
quando, ao fim das provações,
pondo-se ao lado dos santos,
este grão da Eucaristia
brilhará com seu Jesus”
Obras consultadas:
Obras completas de Santa Teresinha -Edição Crítica do Centenário
Dicionário de Santa Teresinha – Monsenhor Pedro Teixeira Cavalcante
Fonte: Revista Shalom Maná
Paróquia Nossa Senhora das Dores
Avenida 15 de Novembro Nº 11-Condado - PE CEP: 55940-000
Fone: 3642-1001 CNPJ 10.544.203/0016-89
Diocese de Nazaré

Calendário dos Acólitos
“Janeiro”

1 – Quinta - Maria, Mãe de Deus / Dia Mundial da Paz - Elias / Alexandre / Manoel Neto / Emanoel / Luiz Felipe / Thiago / Wellingiton / Felipe Barbosa
2 – Sexta - Ordenação de Paulo – Manoel Neto / Alexandre / Luiz Felipe / Felipe Barbosa / Wellington / Elias
3 – Sábado - Augusto / Ridevan / Natan / Ednaldo / Júnior / Rodrigo
4 – Domingo – Primeira Missa – Pe. Paulo – Vide Ordenação – Dia 2 (Inclua-se Jhonathan e Emanoel)
Noite – Lucas / Breno / Thiago / Hugo / Igor Alves / Wellington

Acólitos da Semana – Segunda a Quinta (5-8)
Natan / Ridevan / Rodrigo / Rogério

9 – Sexta – Alexandre / Augusto / Breno / Ednaldo / Elias / Emanoel
10 – Sábado – Felipe Barbosa / Hugo / Igor Alves / Igor Ruan / Jhonathan / Júnior
11 – Domingo – Manhã – Lucas / Luiz Felipe / Manoel Neto / Natan / Ridevan / Rodrigo
Noite – Rogério / Thiago / Wellington / Elias / Alexandre / Emanoel

Acólitos da Semana – Segunda a Quinta (12-15)
Hugo / Igor Alves / Igor Ruan / Júnior

16 – Sexta - Felipe Barbosa / Hugo / Igor Alves / Igor Ruan / Jhonathan / Júnior
17 – Sábado – Lucas / Luiz Felipe / Wellington / Rogério / Ridevan / Rodrigo
18 – Domingo – Manhã - Alexandre / Augusto / Breno / Ednaldo / Elias / Emanoel
Noite – Manoel Neto / Thiago / Felipe Barbosa / Natan / Jhonathan / Igor Alves

Acólitos da Semana – Segunda a Quarta (19-22)
Augusto / Breno / Ednaldo / Hugo

22 – Abertura da Festa de S. Sebastião – Todos os Acólitos
23 – Sexta - Igor Ruan / Ridevan / Breno / Augusto / Ednaldo / Thiago
24 – Sábado - Manoel Neto / Wellington / Emanoel / Luiz Felipe / Alexandre / Jhonathan
25 – Domingo – Festa de São Sebastião – Manhã – Elias / Alexandre / Manoel Neto / Emanoel / Luiz Felipe / Thiago / Wellingiton / Felipe Barbosa
Procissão – Todos os Acólitos

Acólitos da Semana – Segunda a Quinta (26-29)
Manoel Neto / Alexandre / Welington / Jhonathan



Obs.: O acólito poderá ajudar em qualquer dia que desejar tendo em vista que não falte na noite que estiver registrado.

A Família e a Igreja

"Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada família de José e Maria. A Igreja não é outra coisa senão a " família de Deus". Desde suas origens, o núcleo da Igreja era em geral constituído por aqueles que " com toda a casa" se tornavam cristãos. Quando eles se convertiam, desejavam também que "toda a sua casa" fosse salva. Essas famílias que se tornavam cristãs eram redutos de vida cristã num mundo incrédulo".
A orientação para a fecundidade do casal orienta para o serviço à Igreja. A consciência disto vem tanto da própria Igreja como da experiência concreta de inúmeros casais cristãos, que compreenderam que sua espiritualidade não atinge somente o âmbito de sua família, mas a Igreja. Se o matrimônio é sinal da Igreja (Cf. Ef 5,32). A família é Igreja enquanto comunidade de batizados. É uma pequena Igreja que se abre ao mundo.
Quando possui clara esta consciência, o casal não se isola, mas se enraíza vitalmente no serviço à Igreja, assumindo a postura de um ministério que nasce como resposta ao convite que Deus faz continuamente para que cresça na graça e se dê generosamente, como sinal de amor e de unidade, com seu testemunho de vida, como ministros da vida física espiritual, pela procriação, educação, hospitalidade e serviço, como apóstolos, através do exercício de outros dons e outros carismas.
O casal cristão é chamado a ser estrutura sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e o sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo Batismo. Isto reduz o egoísmo, e faz com que cresça a caridade, dom do Espírito e se realize a Igreja doméstica.
Podemos encontrar dois exemplos claros disto no Livro dos atos dos Apóstolos: o primeiro acontece quando Pedro foi acusado por entrar na casa de incircuncisos e comer com eles, e respondeu á acusação narrando que havia sido enviado por Deus para entrar na casa de um homem pagão, anunciar a boa nova e batizar no Espírito Santo não somente a ele, mas a toda a sua casa.(Cf. At 11,1-18).
O outro exemplo narra a libertação milagrosa de Paulo e Silas da prisão, que acabou na conversão do carcereiro, a quem eles prometeram: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa". O carcereiro recebeu o batismo no Espírito e os levou para sua casa, onde lhes ofereceu uma refeição e se alegrou com eles. (Cf. At 16,16-34).
O Senhor deseja salvar não somente alguns em uma casa, mas a todos, embora comece por apenas um, e os outros o sigam a seu tempo. Mas precisamos encontrar nele a sabedoria para que a graça acolhida por nós se estenda a todos, e que juntos, nos transformemos em mananciais de graça para o mundo inteiro.
Muitos casais priorizam e cultivam diversos tipos de afinidade e o relacionamento sexual esquecendo a necessidade primeira de alimentar união de suas almas através da oração juntos. Esta oração faz reconhecer a unidade sobrenatural que existe entre os dois, e abre seus corações para as graças atuais que Deus quer derramar em sua casa para que viam as situações que se apresentam no dia a dia.
É na oração que recebe a graça de perdoar um ao outro e amá-lo verdadeiramente. Um pequeno momento de oração facilita o entendimento numa conversa posterior e às vezes até o substitui, tirando as necessidades de explicações excessivas.
É na oração do casal que Deus esclarece sua consciência familiar, corrige os vícios em comum, chama e envia o casal a novos desafios, ungindo-os para cumpri-los.
É claro que a oração em comum não substitui a oração pessoal de cada cônjuge, mas uma se torna estímulo para a outra.
O Concílio Vaticano II chama a família de Igreja Doméstica porque é no seio da família que os pais são " para os filhos, pela palavra e pelo exemplo os primeiros mestres da fé.
"É na família que se exerce de modo privilegiado o sacerdócio batismal do pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família, " na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa" (LG 10). O lar é assim a primeira escola de vida cristã e, "uma escola de enriquecimento humano" (GS 52). É aí que se aprende a fadiga e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e mesmo reiterado, e sobretudo o culto divino pela oração e oferenda de sua vida".
Não podemos esquecer também certas pessoas que ficam sem família humana. A todas elas é preciso abrir as portas dos lares "Igrejas domésticas", e da grande família que é a Igreja. " Ninguém está privado da família neste mundo: a Igreja é casa e família para todos, especialmente para quantos estão cansados e oprimidos" (FC 85).